A Vida também são Rosas 2003

“A VIDA TAMBÉM SÃO ROSAS” (uma outra visão)

E cardos. E estevas efémeras como as borboletas. E mulheres derrubadas que caem redondas numa revolta transtornada. E silêncios minerais. E tardes que como as mulheres entristecem, e que como elas caem, e nunca mais se reerguem. E miragens que não servem para nada. E uma inquietação sem tréguas. E lutos tenazes. E homens que se despenham. E dias que se esvaem baços. E poderes pequeninos que se esgrimem. E crianças que capitulam. E todos os objectos que nos sobrevivem. E manhãs de nevoeiro cheias de dráculas. E a fronteira infernal da opacidade do que te fita. E ninguém que nos salve de nós próprios. E o grande espanto perante a insuportável beleza do mundo.

E rosas. Muitas rosas.

Sarah Adamopoulos Março 2003

“Tempestade em copo de água”

“a vida também são rosas”

“são rosas Senhor”

“tomber amoureuse””

“urbana não depressiva”

x”Cogumelo mágico”

“O despassarado”

“Galinha dos ovos de ouro”

“Ester e as taínhas”

“Cheiro de laranja”

“Bom dia”

“Bolacha Maria”

“Bicho papão”

“Armadilha”

“Anjo com cão da guarda”.

“Gato entornado”

“Irmãs cortando rosas”

“Diabo de estimação”

O VÔO DA ALMA – Acrílico sobre tela, collage, 70×50 -VENDIDO

Avis Rara

Aves que levantam voo, planando nas alturas, muito acima das fraquezas humanas e outras que se abrigam nos ramos de árvores frondosas.

Pássaros que dialogam com jovens esguias e misteriosas também elas

aninhadas em troncos sinuosos e labirínticos, formando teias/telas em que realidade e poesia se alternam e completam.

Feminina, liberta, atraente, divertida, sensual, onírica, independente e cúmplice – adjectivos que definem, embora só parcialmente, a pintura de Rita Ventura.

Avis Rara, nome de exposição mas também declaração de intenções de uma estética desalinhada, livre e não sujeita a modismos, em que o prazer de quem pinta só é comparável ao que todos nós, espectadores, poderemos usufruir na sua contemplação, na sua interpretação…

João Viegas